21/11/2011

Protesto, bloqueio e ocupação marcam o lançamento em defesa das águas, da terra e dos povos no Piauí

Cerca de 800 manifestantes ocupam a BR 316, entre os KM 70 e 90. São trabalhadores rurais e famílias Quilombolas e manifestantes do Movimento Sem Terra que são atendidas por projetos do governo no semiárido do estado.

Foram levados por cerca de 20 ônibus e fazem parte da ‘Campanha em Defesa das Terras, das Aguas e dos Povos do Piauí’. A via está interditada pelos manifestantes que chegaram a colocar ônibus na BR e eles próprios fazem uma barricada para evitar passagem dos veículos.

Uma manifestação paralela acontece no Instituto de Terras do Piauí (Interpi) e na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semar) e reclamam entre outras coisas da concessão das hidrelétricas do rio Parnaíba.

Eles ocuparam a via na manhã desta segunda-feira (21/11) próximo ao trecho da entrada do município de Miguel Leão, ao sul de Teresina. Segundo a Polícia Rodoviária, a pista nos dois sentidos está completamente interditada. Nos dois sentidos, o congestionamento de veículos é imenso, e já chega aos 30km, próximo à Estaca Zero, varias ambulâncias com pacientes passando mal, estudantes, e populares com crianças de colo esperavam pela liberação da pista. Por voltas de 07h30 com a chegada da policia os manifestantes recuaram e liberaram a pista depois de muito protesto.

Uma das principais reivindicações apresentadas pelo grupo é que seja realizado um novo estudo do impacto ambiental que será gerado com a construção das novas usinas hidrelétricas na bacia do Rio Parnaíba.

Segundo Sueli, os estudos já realizados estão incompletos e subestimam os danos ao meio ambiente, além de não terem sido contabilizadas todas as comunidades quilombolas que moram nas regiões afetadas pelas obras.

A campanha também reivindica indenizações maiores para as famílias que tiveram suas casas desapropriadas para a construção da Ferrovia Transnordestina. De acordo com Sueli Rodrigues, há casos de pessoas que receberam apenas R$ 5 de compensação do governo.

"Essas são as nossas reivindicações imediatas, mas temos outras e só vamos sair daqui quando o Governo prometer atender nossos anseios", afirmou Sueli Rodrigues, uma das integrantes da Campanha, que tem a participação de várias entidades como o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido, Movimento Quilombola, Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Dihuci - Ufpi, Movimento Sem Terra (MST); Pastoral do Migrante e o Sindserm, entre outras.

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