10/05/2010

A Finatec e a lição do Piauí
trecho de artigo dojornalista Zózimo Tavares

Um dos destaques da mídia nacional, neste final de semana, foi a decisão da Justiça de bloquear os bens do ex-prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Lindberg Farias (PT). Ele é réu num processo que apura improbidade administrativa na contratação, sem licitação, de uma fundação que prestou serviços para a prefeitura. Trata-se da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), uma velha conhecida dos piauienses.

No Piauí, a passagem da Finatec levantou suspeitas. Assim que tomou posse, em 2003, o governador Wellington Dias (PT) contratou a fundação para a elaboração de um projeto de reforma administrativa e para a elaboração de um plano de cargos e salários do funcionalismo público estadual.

Em um único dia, 3 de abril de 2003, o governo declarou a dispensa de licitação para contratar a Finatec, aceitou o plano de trabalho, assinou o contrato e juntou os comprovantes de publicação no Diário Oficial. A rapidez, incomum no serviço público, levou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a abrir dez processos para investigar a contratação.

A Finatec ganhou notoriedade nacional como alvo de ações no Ministério Público do Distrito Federal, depois de gastar R$ 389 mil para mobiliar com artigos de luxo o apartamento do ex-reitor da UNB, Timothy Mulholand, que caiu do cargo no meio do escândalo. A fundação é acusada de ser usada como fachada para contratação de empresas que tinham ligações com várias prefeituras administradas pelo PT.

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