Mandu Ladino pode ganhar memorial
Mandu Ladino é o nome do índio. Um índio genuinamente brasileiro, como, aliás, todos eram no começo dos 500 anos. Mas este índio – Mandu Ladino – é diferente. Tem história pra contar. Poderia, aliás, ser apenas mais uma história de índios massacrados e dizimados por portugueses ou catequizados por jesuítas em fins do século 17 e começo de 18.
As terras do Piagohy. Sim, isso mesmo, Piauí, lar doce lar de Mandu. Veio rumo ao Grande Rio, o nosso Parnaíba, chamado pelos historiadores de o Grande Rio dos Tapuias. Pois bem, da Paraíba até o Piauí, ele percorre uma trilha, sentindo como nunca o gostinho da liberdade. Aquela que, sem nenhum favor, tinha ganhado ao nascer.
Essas duas medonhas criaturas, em troca de imensas glebas de terras em sertões do norte-nordeste, estraçalhavam tribos e mais tribos da imensa nação indígena nativa. Foi o início da chamada “civilização do couro” no Piauí. Mas Mandu não se dobrava nunca e continuava a luta – o bicho era teimoso que só! – incomodando a corte portuguesa com suas estratégias e conhecimentos de índio amante da natureza. Conhecia cada detalhe geográfico da fauna, flora e do clima semi-árido da nossa região.
E claro que por isso mesmo levava sempre vantagem contra um monte de brutamontes armados até os dentes, mas completamente ignorantes quanto ao seu campo de batalha. Tudo isso se encontra devidamente documentado, não como história oficial, claro. Mas juntando os cacos, aqui e ali, destes mesmos documentos oficiais dá perfeitamente para montar o quebra cabeça. Tarefa para maluco nenhum botar defeito.
Mandu, finalmente, foi tombado em 1719, depois de liderar várias revoltas contra os colonos e fazendeiros locais, os novos donos da terra.
Com o intuito de resgate histórico do índio como herói nacional e para resgatar a memória de Mandu Ladino foi criada aqui em Teresina uma Brigada. A Brigada Mandu Ladino prevê a construção de um memorial em provável lugar onde o índio teria nascido no Piauí e a construção de uma trilha para resgate de todo o percurso de sua fuga – da Paraíba até o Piauí – e através desta trilha permitir o eco turismo como fonte de renda para pessoas diretamente envolvidas nestas paisagens, ou seja, vaqueiros, ecologistas, fazendeiros, resgate indígena etc.
Retirado do blog marta tajra, portalaz
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