27/10/2006

Para combater a direita é preciso uma postura de esquerda


O país está à beira de mais um engano eleitoral. Em poucos dias deve se confirmar o que será uma das maiores decepções da história do país.As pesquisas indicam que Lula será reeleito no dia 29 de outubro. Já não existirá a mesma euforia de 2002, nem a mesma expectativa de que a vida vai mudar. A experiência destes quatro anos do primeiro mandato de Lula já serviu para afastar isso.

As pessoas...se fazem menos exigentes, aceitando pequenas migalhas recheadas de corrupção. Afinal "todos roubam", e "não se pode mudar tudo". Mas vão eleger um governo "de esquerda" para evitar Alckmin, da "direita".Mas mesmo essas expectativas mais modestas vão ser traídas.

As mínimas concessões feitas pelo governo do PT em seu primeiro mandato se explicam pelo ciclo de crescimento econômico internacional que está terminando.Virá uma nova crise, o que significa mais desemprego e arrocho salarial. Por outro lado, as grandes empresas multinacionais já definiram uma nova rodada de reformas (com a trabalhista e a da previdência em primeiro plano), que significarão dos maiores (e talvez o maior dos) ataques já sofridos pelos trabalhadores em toda a história.


E isto é assim, porque Lula não tem nada a ver com um governo de esquerda. É um governo de direita, fantasiado de esquerda, usando a cara do antigo líder operário que foi para dar credibilidade a seus projetos. O que existe de esquerda em Lula? Será uma corrupção de esquerda? Será um neoliberalismo de esquerda? Ou o Bolsa Família é de esquerda?

A questão das privatizações, explorada amplamente por Lula, é mais um exemplo desta mistificação. É verdade que o PSDB-PFL de Alckmin foi responsável pelas maiores privatizações da história do país. Mas Lula não é nenhuma garantia em defesa das estatais. Lula não reestatizou as empresas privatizadas por FHC, apesar de todas as denúncias feitas por ele próprio sobre as maracutaias que ocorreram.


Os trabalhadores não têm alternativa eleitoral neste segundo turno. Não existe somente "um perigo de direita", mas dois perigos de direita, Lula e Alckmin. O voto nulo deve ser um ato de protesto contra estas duas candidaturas. Se o voto nulo crescer, enfraquecerá estas alternativas burguesas, ganhe quem ganhar as eleições.

Só a luta dos trabalhadores poderá evitar a continuidade da privatização das estatais. O voto nulo deve ser um ato de esquerda, contra as duas propostas da direita.
Vote nulo contra as reformas!

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