15/11/2011

Coluna do jornalista Arimatéia Azevedo denuncia descaso no Cerrado piauiense


Juiz comprometido, promotor de Justiça omisso e policial fazendo papel de jagunço a serviço de grileiros. É assim que está sendo pintando um dantesco quadro da situação atual na região dos Cerrados, notadamente, em Baixa Grande do Ribeiro, município onde se registra sério litígio pela posse de terras pertencentes ao Estado que foram vendidas em duplicidade. A questão é tão grave que desembargadores do Tribunal de Justiça do Piauí se depararam com a hilária (perigosa, inédita) revelação de uma magistrada de que teria contratado os serviços de um advogado para ajuda-la a preparar as sentenças relacionadas aos inúmeros casos de grilagem de terras. E o advogado, pasmem, é um dos que mais defendem os grileiros, pois atua com boa desenvoltura na região e no segmento. Anteontem, o presidente do Tribunal de Justiça, Edvaldo Moura, respondendo, pela televisão a uma inquietação sobre os conflitos armados na região Sul, apenas disse que o tribunal estava agindo, sem especificar qual a providência que estaria sendo adotada. Da parte do Executivo não se houve uma palavra, não obstante se saber que a raiz de todo esse problema está no Interpi com a colaboração e conivência de advogados, magistrados e sobretudos dos cartórios da região. A falta da ação do Estado e do respeito às leis tem tornado a região insegura onde prevalece a regra de que quem tem mais, pode tudo. Esse silêncio pode ser o prenúncio do caos.

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