18/06/2011

CSP-Conlutas traz Amanda Gurgel para debater o PNE de Dilma no Piauí

Amanda Gurgel, professora potiguar que ganhou notoriedade por defender as bandeiras da educação e desafiar os poderes executivo e legislativo no RN, esteve em Teresina para debater o PNE do governo Dilma e defender a aplicação de 10% do PIB brasileiro na educação.

A professora Amanda é militante da CSP-Conlutas e foi através desta entidade que ela veio ao Piauí falar da realidade da educação brasileira no auditório do Liceu Piauiense.

Diante de uma plenária de mais de 150 pessoas, entre professores, estudantes, servidores públicos, gráficos e populares, Amanda discorreu sobre a farsa do novo PNE do governo e Dilma e, ao mesmo tempo, convocou a todos para se engajarem na Campanha pelos 10% do PIB já para a educação no Brasil.

A educadora potiguar disse que mais chamou a sua atenção ao está no dia 15/06 no Congresso Nacional para acompanhar o debate sobre o PNE foram as "preocupações" dos legisladores e do ministro, que “cuidam” da educação brasileira.
"É espantosa a forma como se apegam e se utilizam das barreiras legais que estariam impedindo que o investimento na educação aumentasse. Cria-se uma verdadeira armadilha de palavras para justificar o injustificável", disse a professora de Lingua Portuguesa no RN. Mas a principal "barreira" apresentada é a de sempre, a econômica, complementa Amanda.

Leia alguns trechos da fala de Amanda Gurgel no Piauí ao debater sobre o PNE de Dilma:

Nesse ponto, o próprio relator do projeto, o deputado do PT Ângelo Vanhoni, demonstrou falta de propriedade para tratar do tema, questionando “de onde sairia o dinheiro” e estabelecendo um lamentável “jogo de empurra” entre municípios, estados e a União.

Em todas as falas ficou nítida a idéia de que exigir investimento imediato de 10% do PIB na educação é "inconseqüente" e "irresponsável". O minsitro Haddad defendeu o investimento de 7%, apresentando isso como suficiente para cumprir as metas previstas no PNE. Muito embora estudos demonstrem que somente com 10% alcançaremos um patamar razoável no que se refere à qualidade da educação. Até mesmo deputados da base governista reconhecem que esse investimento não é suficiente.

Infelizmente, noss@s ilustres deputad@s e o ministro analisam a educação pelo viés da viabilidade e da possibilidade, estabelecidas por eles mesmos, em seus acordos, metas e superávits. Nós, educadores, nos guiamos pelo viés da urgência, pelas necessidades que conhecemos tão bem, dentro das nossas realidades, das escolas.

É por isso que não queremos menos do que 10% do PIB, porque esse é o mínimo necessário. Tampouco queremos que esse patamar seja alcançado sabe-se lá quando.. "Até 2020", pode parecer um prazo curto. Mas é praticamente o mesmo tempo que uma geração leva dentro das escolas. Esse tempo faz muita diferença, TODA a diferença para estes milhões de alunos. Decide se eles vão sair tendo aprendido ou não, se apenas seguirão atravessando os anos, sendo aprovados automaticamente com mecanismos criados para que os números possam disfarçar o que vemos em sala de aula.

Apesar de todas as “dificuldades” apresentadas pelas autoridades, continuamos na firme defesa dos 10% do PIB, e para que sejam garantidas todas as condições para que ele seja viabilizado. Nesse momento, só há duas bancadas na Câmara Federal, a dos 10% do PIB já e a do analfabetismo funcional. É bom que os deputados decidam qual é a sua, sabendo que estamos atent@s às suas posições. E que depois, não adiantará repetir o discurso gasto de que a educação é a prioridade e que o professor deve ser respeitado. Estamos descobrindo que, só com a nossa luta, poderemos mudar a educação e nos fazer respeitar.

Nenhum comentário: