Pessoas cegas colocadas em quarentena em um asilo, atacando-se umas às outras, trocando sexo por comida. Para Marc Maurer, que é cego, tal cenário (mostrado no filme "Ensaio sobre a cegueira") não é uma alegoria sensata para retratar o colapso da sociedade.
De acordo com Maurer, esse é um retrato ofensivo e assustador que pode minar os esforços de integrar os cegos à vida em comunidade.
"O filme retrata cegos como monstros, e vejo isso como uma mentira", disse Maurer, presidente da Federação Nacional de Cegos, sediada em Baltimore, nos Estados Unidos. "A cegueira não transforma pessoas decentes em monstros."
A organização planeja protestar contra o filme na próxima sexta-feira (03), dia de sua estréia nos Estados Unidos. Cegos e simpatizantes irão distribuir panfletos e carregar cartazes. Entre os slogans: "Eu não sou ator. Mas eu ajo como uma pessoa cega na vida real".
De acordo com a entidade, o filme reforça estereótipos incorretos, incluindo o de que cegos não podem tomar conta de si próprios e ficam para sempre desorientados. "Nós enfrentamos uma taxa de 70% de desemprego e outros problemas sociais porque as pessoas não acham que a gente possa fazer nada. E esse filme não ajuda em nada", afirma Christopher Danielsen, porta-voz da organização.
01/10/2008
Protesto
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Um comentário:
Até onde sei a cegeira aí é uma metáfora. se é para ser contra alguém , sejam contra o Saramago, ora.
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