A estratégia, tanto do governo Lula quanto do PSDB, é ampliar a propaganda mentirosa que o Estado brasileiro gasta muito, construindo a partir daí argumentos para aprofundar o ajuste fiscal e garantir o Superávit Primário (economia de despesas para pagar juros da dívida).
Assim como fez durante a reforma da Previdência em 2003, quando impulsionou uma insidiosa propaganda de mídia taxando os servidores de marajás e privilegiados, agora a tentativa de aprofundar este falso consenso volta à tona.
No entanto, contrariando a tese propagada pelos tucanos e petistas, o gasto com servidores vem diminuindo em relação ao PIB. Em 2002, último ano do governo FHC, a União gastou o equivalente a 5,58% do PIB com pessoal. Em 2006 a projeção dessa relação é de 5,17%, considerando a estimativa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada) de crescimento de 3,3% do PIB no período.Além disso, refutando a tese que o Estado brasileiro abriga um alto número de servidores públicos, um estudo do Dieese lançado no final de 2005 compara a relação entre o número de funcionários públicos em relação à PEA (População Economicamente Ativa).
O Brasil é o país onde essa relação é mais baixa, de apenas 1%. Na Bolívia essa porcentagem é de 5,5%, na Argentina, 2,5%. Até mesmo o Chile, país que serviu de cobaia para a implementação das políticas neoliberais, possui 1,2% da PEA composto por servidores.Nos Estados Unidos, país onde todos os serviços públicos essenciais como saúde e educação são providos por empresas privadas, cerca de 2% da população que trabalha são servidores públicos. Na França, onde ainda há resquícios do Estado de Bem Estar Social, essa relação é de 8,6%.
Vê-se então que o falso consenso do Estado brasileiro inchado e perdulário não passa de uma mentira propagada pelos setores que desejam cortar gastos com os serviços públicos e ampliar o desvio de recursos para o pagamento dos juros da dívida aos grandes banqueiros e investidores internacionais.
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