20/10/2006

Nem Lula, Nem Alckmin!
Os primeiros 15 dias do segundo turno mostram que aumentou a polarização entre as candidaturas de Lula e Alckmin. Polarização que contrasta com a tranqüilidade do mercado financeiro. Eles sabem que, independentemente de quem seja eleito, o projeto econômico neoliberal vai continuar.Geraldo Alckmin é o típico representante da direita tradicional. No segundo turno, o tucano tem batido duro nos escândalos de corrupção do governo Lula e tenta passar a imagem de defensor da "ética na política". Uma piada de mau gosto, tendo em vista o "gangsterismo" praticado nos governos do PSDB.

Por mais que...se esforce, sua imagem está associada ao governo corrupto e entreguista de Fernando Henrique Cardoso, odiado pela maioria. Concordamos totalmente com os trabalhadores que repudiam a candidatura de direita e antipopular de Alckmin.
Lula, por sua vez, não consegue se defender das acusações e sua reeleição continua ameaçada. Até o momento, o governo congelou as investigações sobre a origem do dinheiro que comprou o dossiê contra José Serra (PSDB).
A revelação sobre a origem dos R$ 1,7 milhão poderá significar mais um duro golpe contra a sua campanha.É importante dizer que uma derrota eleitoral do presidente será responsabilidade do próprio Lula, que aprofundou o modelo neoliberal de FHC, aliou-se a partidos e políticos tradicionais da direita, praticou a mesma corrupção e varreu para debaixo do tapete a sujeira tucana do presente e do passado.Tentando ganhar os eleitores de Heloísa Helena, Lula resolveu ir mais à esquerda e assumiu um discurso semelhante ao da campanha de 2002. Mas os últimos quatro anos mostram que há um enorme abismo entre as palavras do presidente e sua prática.

Eles vão roubar nossos direitos
Apesar do chumbo trocado entre Lula e Alckmin, longe dos holofotes os dois candidatos possuem um amplo acordo para atacar direitos históricos dos trabalhadores com a reforma sindical e trabalhista. O objetivo é destruir direitos como 13° salário, férias e FGTS.O plano já está em curso. Parte dele está no Senado com um projeto chamado Supersimples (PLC 100/06). Nas mudanças previstas contêm duros ataques aos trabalhadores das micro e pequenas empresas.O artigo 51, por exemplo, desobriga as empresas a cumprirem procedimentos de fiscalização do trabalho e de obrigações trabalhistas previstas em lei, como comunicar a concessão de férias coletivas ao Ministério do Trabalho, anotar férias dos empregados no livro de registros, etc. Lula e Alckmin querem ampliar esses ataques a todos os trabalhadores.
Cortes sociais
Outra briga de mentirinha entre tucanos e petistas foi protagonizada na semana passada.Um dos coordenadores do programa de governo de Alckmin, o economista Yoshiaki Nakano, declarou que vai cortar despesas - na área social e Previdência, diga-se de passagem - em cerca de 3% do PIB, ou R$ 65 bilhões.A campanha do PT aproveitou para atacar a proposta tucana, mas no mesmo dia o governo revelou que vai ampliar o mecanismo que permite à União cortar gastos sociais impostos pela Constituição.
Votar NULO!
Chamamos os partidos, entidades e movimentos comprometidos com a luta em defesa da classe trabalhadora e de seus direitos a, junto com o PSTU, fazer uma campanha comum pelo voto nulo. Se conseguirmos atingir uma significativa parcela dos trabalhadores, e esses votem massivamente nulo, o próximo governo, petista ou tucano, entrará enfraquecido para aplicar esses e outros ataques, pois saberão que existem milhões de trabalhadores que estão descontentes.

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