Bancários retornam devido à traição da sua direção nacional
Entrevistamos Solimar Silva, bancária da CEF e militante do Movimento Nacional de Oposição Bancária(MNOB), sobre a greve nacional dos bancários
Blog – Como vc analisa a construção da greve dos bancários?
Solimar - No PI, nós da Oposição Bancária defendemos começar a greve juntamente com as bases que a iniciaram dia 26/09. Perdemos a votação e a iniciamos dia 02/10, mesmo assim, antes da data indicada pelo comando nacional bancário, (cutista) dia 05/10, e retornamos ao trabalho dia 16/10.
Blog – O que causou essa volta, na sua opinião?
Solimar - A categoria tinha disposição para continuar a greve, porém na base, vários colegas questionavam: como continuar, se fazemos uma greve forte, porém o comando não pressiona os banqueiros/governo nas negociações? Foi a traição da CNB/CUT (hoje CONTRAF), em 2003, 2004 e 2005, ao frear o movimento, aceitar propostas rebaixadas e permitir inclusive via acordo, que os bancos nos punissem descontando os dias parados, que trouxe uma falta de perspectivas à categoria e a sensação de impotência para lutar contra os banqueiros/governo Lula, que motivou a maioria dos colegas a preferirem voltar ao trabalho a partir de 16/10/06.
Blog - Qual foi o papel do MNOB nessa greve?
Solimar - Durante toda a campanha, nos opusemos à direção traidora da CUT, cobrando do sindicato que pressionasse o comando nacional para a greve sair ainda em Setembro, (vontade da maioria), propondo eleger colegas da base para acompanhar as negociações, e por fim, na assembléia do dia 13/10, propusemos que o PI apoiasse o Comando Nacional de Base, eleito pelos colegas que começaram a greve dia 26/09, para buscar um canal de negociações com o gov. Lula, para tentar resolver o impasse pelo menos nos bancos estatais.
Blog- E a direção da Contraf(CUT)?
Solimar - Presenciamos uma seqüência de manobras da diretoria do sindicato, deixando inclusive de colocar em votação diversas propostas nossas, enfraquecendo o movimento.Daí, haver na base, o nítido sentimento de que além de enfrentarmos nossos patrões, banqueiros/governo, também temos que enfrentar as direções sindicais cutistas governistas, freando o movimento a todo custo. Retornamos ao trabalho, porém na base há uma grande insatisfação com esse comando nacional/CUT. Eis a contribuição da CUT, à greve bancária. De toda a forma, saímos de cabeça erguida. A luta continua!
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