Prefeito fará seminários em Brasília para mostrar os avanços habitacionais na capital.
Mas se depender da triste experiencia em política habitacional em Teresina, o país não tem muito a ganhar
Teresina, uma cidade projetada para ser capital do Piauí em meados do século 19, tem pouco mais de 800 mil habitantes e mais de 20% da sua população sem imóvel próprio para morar. Dos 80% que as estatísticas apontam como possuidores de casa própria, cerca de 39 mil moram em favelas.
Considerando as famílias sem imóvel próprio e a estrutura física das moradias e a coabitação (mais de uma família vivendo sob o mesmo teto), pode-se afirmar que o déficit habitacional da cidade supera as 40 mil unidades.
Nas vilas e favelas de Teresina, quase todas oriundas de processo de luta das comunidades de baixa renda, 39% (ou seja, mais de 15 mil casas) ainda são feitas de taipa e 13% delas recebem cobertura de palha, o que mede o grau de incipiência dessas residências.
Essa realidade contrasta com o grau de especulação imobiliária da cidade, onde é possível perceber, em plenas áreas nobres da capital, um grande contingente de terrenos esperando valorização financeira para serem negociados. Ou a existência de um mesmo proprietário possuindo mais de um imóvel, vivendo, portanto, das rendas auferidas pelos aluguéis.
Como se pode ver, a situação de Teresina não difere da das demais metrópoles do Brasil: uma pequena parcela da população ocupando a área nobre da cidade enquanto a população pobre é expulsa para a periferia mais distante, aonde os serviços urbanos – como coleta de lixo, saneamento, ônibus etc. – praticamente não chegam.
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