02/02/2009

A desmoralização da Onu

(*) Francisco Reis

Terminada a I Grande Guerra, por obra do Tratado de Versalhes foi criada a Liga das Nações (1919), com sede em Genebra (Suíça), cuja missão seria manter a paz e a ordem mundial mediante ameaça de aplicação de sanções econômicas e militares aos países infratores.
Passados apenas doze anos de sua existência, ela se viu desmoralizada quando o Japão invadiu a Manchúria (1931), abrindo precedente para a agressão italiana à Etiópia (1935) e para o ataque russo à Finlândia (1939), fatos que aconteceram no limiar da II Grande Guerra e sepultaram definitivamente a Liga das Nações.
Iniciado novo pós-guerra, em 1946 foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), só que desta vez a nova Liga ficou sediada em Nova Iorque, talvez para conferi-la mais poder e importância. Por ironia do destino, os Estados Unidos foram os primeiros a ignorá-la ao longo dos seus mais de sessenta anos de existência, pois além de não lhe darem ouvidos, ainda empreenderam manobras no sentido de fazer valer os caprichos dos presidentes norte-americanos que se sucederam nesse período.
A primeira manipulação americana sobre a ONU foi fazê-la criar um aliado ianque no Oriente Médio, o Estado de Israel (1948), que fincado em território palestino viria a ser o hoje beligerante país que, recentemente, fez-se de mouco à ordem de cessar-fogo determinada pelas Nações Unidas.
O Estado judeu apenas seguiu o mau exemplo do seu mentor que, por diversas vezes, zombou da autoridade da Organização, como na última fraude montada que resultou na invasão do Iraque, episódio responsável pelo aniquilamento de um país e de uma cultura das mais antigas da Terra.
Em 1929, no ínterim entre as duas guerras mundiais, o capitalismo ruiu com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, cujas conseqüências foram aumentos da inflação e do desemprego no mundo inteiro. O curioso é que, atualmente, estamos à volta com quebras de Bolsas mundo afora, seguidas dos mesmos malefícios, igualzinho a 1929. E para completar o cenário assustador, em todas as paragens pipocam conflitos, agressões e atentados, estopins acesos que poderão culminar em confrontos de proporções mundiais.
É interessante notar que os aliados de ontem, Alemanha e Itália, estavam nas mesmas situações em que se encontram os de hoje, Israel e Estados Unidos. Este já chafurdou onde bem quis, além do Iraque também já bagunçou no Vietnam, no Afeganistão e em muitas repúblicas e republiquetas da América Latina.
A largada para a II Guerra foi dada pelo governo nazista, que ocupou a Polônia e recrudesceu a cruzada anti-semita confinando judeus no famigerado Gueto de Varsóvia. O algoz da vez é a outrora vítima nação judaica, que está impondo o gueto Faixa de Gaza aos palestinos sob o argumento de combater integrantes do Hamas. Outra coincidência é que Hitler também justificava suas atrocidades.

(*) Francisco Reis é professor

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