
No número de Março de 2006 da London Review of Books surgiu um artigo que até hoje provoca discussão em meios acadêmicos, políticos, entre historiadores e especialistas sobre o Oriente Médio.
O artigo chama-se "The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy" ( O Lobby de Israel e a Política Externa dos Estados Unidos). Os autores são John Mearsheimer e Stephen Walt, dois respeitados acadêmicos.
Mearsheimer é Catedrático do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Chicago, e Walt é Catedrático da Escola de Governo John F. Kennedy na respeitada Universidade Harvard.
O artigo é extremamente lúcido e isento - cita nomes, datas, dados, referências, fatos, depoimentos de políticos, e mostra como o Lobby de Israel consegue fazer com que os políticos americanos adotem posturas e tomem decisões que são contra os interesses dos Estados Unidos, para apoiar Israel.
O artigo é extremamente lúcido e isento - cita nomes, datas, dados, referências, fatos, depoimentos de políticos, e mostra como o Lobby de Israel consegue fazer com que os políticos americanos adotem posturas e tomem decisões que são contra os interesses dos Estados Unidos, para apoiar Israel.
A forma de pressionar os políticos é através do financiamento de campanhas, ou quando um político não se submete ao Lobby, financiando seu oponente e literalmente terminando sua carreira. A principal organização do Lobby sionista é o AIPAC (American Israel Public Affairs Comittee). Veja nas fotos abaixo, mostrando como Obama e Hillary Clinton foram se ajoelhar no "altar" da AIPAC, que não se deve esperar uma mudança de rumo na política externa dos Estados Unidos.
O artigo vai mais longe. Mostra como os Evangélicos Cristãos Radicais participam do Lobby - explica-se: eles crêem que a Segunda Vinda de Cristo só será possível quando o Estado de Israel for dono de toda a Palestina. Portanto, milhões de cristãos americanos apóiam com fervor e força econômica o Lobby. Como os Estados Unidos entregam todo o mais moderno armamento disponível a Israel. Como subsidiam o Estado de Israel com mais de 3 Bilhões de dólares anualmente - a fundo perdido. Isto significa que os Estados Unidos dôam cerca de mil dólares a cada cidadão judeu de Israel.
Imagine se cada brasileiro recebesse do Tio Sam mil dólares - todos os nordestinos, favelados, etc. Nosso país seria uma potência - não é coincidência, portanto, que Israel seja uma potência nuclear no Oriente Médio - todos sabem que tem a bomba atômica, mas ninguém reclama - a pressão é toda sobre o Irã, para evitar que surja uma potência nuclear muçulmana no Oriente Médio. No mundo já existe uma nação muçulmana com a Bomba. O Paquistão.
Recentemente os dois lançaram um livro com base no artigo, ampliando os dados, as fontes, os depoimentos.
Em Novembro de 2006 a revista Novos Estudos CEBRAP, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, publicou na íntegra a tradução do artigo. Infelizmente, pouca atenção recebeu da grande mídia - prova de que o Lobby também atua aqui no Brasil, embora com menos força política, mas bastante força na mídia.
Abaixo você tem a versão em português da Novos Estudos CEBRAP.
Vale a pena ler o artigo, é uma peça fundamental para entender o Oriente Médio de hoje, e não só de hoje, mas toda a política americana no Oriente Médio durante o Século 20 e 21. Ajuda a entender até o comportamento dos Estados Unidos atualmente durante o massacre que Israel está friamente realizando em Gaza, matando centenas de civis, mulheres e crianças.
É longo, eu sei. Leia aos poucos. Imprima para ler com calma. Para imprimir, basta clicar no título da matéria (Porque os Estados Unidos apóiam tudo que Israel faz? A resposta está no artigo abaixo) que uma nova janela se abre. No final do artigo aparece uma opção "Imprimir este artigo". É simples.
Ou então você pode clicar na barra da esquerda, na "Versão em PDF" e terá o artigo em seu computador em formato PDF. Pode salvar, imprimir, etc.
Abaixo você tem um vídeo com uma entrevista dos dois na prestigiosa Universidade da California em Berkeley.
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