27/01/2009

A marcha da crise no Brasil
Confirmadas demissões de 130 mil trabalhadores na indústria

São Paulo (AE) - A demissão de 130 mil trabalhadores da indústria paulista no mês de dezembro bateu todos os recordes da série histórica da pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), iniciada em 1994.

Foi também a primeira vez na série história, iniciada em junho de 2005, que todos os 21 setores industriais pesquisados pela Fiesp demitiram empregados. Ainda sem previsões oficiais para o desempenho do emprego, a Fiesp acredita que as demissões vão continuar nos primeiros meses deste ano.

O chamado da Conlutas: exigir de Lula a estabilidade no emprego
Apesar de toda a pressão imposta pelas empresas, os trabalhadores estão demonstrando que não aceitarão as demissões de braços cruzados. A Conlutas vem dirigindo mobilizações de peso contra as demissões, como na GM e na Vale, ao mesmo tempo em que faz um chamado às demais centrais, para impulsionar uma grande mobilização nacional em defesa dos empregos e contra a crise.

No entanto, ao invés de um programa que ajude ainda mais aqueles que demitem, a Coordenação Nacional de Lutas propõe medidas que protejam os trabalhadores.

“Precisamos, isso sim, mobilizar os trabalhadores para enfrentar as empresas que demitirem ou ameaçarem os direitos dos seus empregados. E cobrar do governo federal que adote, imediatamente, medidas concretas para assegurar a manutenção do emprego dos trabalhadores. Esta é a única forma de pararmos as demissões neste momento”, afirma a carta da Conlutas às centrais.

A plataforma proposta pela Conlutas inclui a estabilidade no emprego com a readmissão dos demitidos, através de uma Medida Provisória do governo; a redução da jornada sem redução dos salários ou direitos; ampliação do seguro-desemprego para dois anos, além de investimentos públicos para a geração de novos empregos. Além disso, propõe a estatização das empresas que demitirem.

Diante dos desafios, a Conlutas vem fazendo um chamado às demais centrais a fim de impulsionar grandes mobilizações unificadas contra as demissões. Como parte disso, a coordenação vem chamando e desafiando a CUT e a Força Sindical além de discutir uma plataforma comum, a realizar um dia de greves e paralisações em março.

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