No atual ritmo de redução de desigualdades, o governo brasileiro precisaria de 87 anos para acabar equiparar salários de homens e mulheres. O alerta foi feito pela pesquisa Retrato das Desigualdades de Renda e Raça, realizada pela Secretaria Especial de Política para as Mulheres, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
As informações de rendimento da população brasileira apontam que o homem branco recebe, em média, R$ 1.278 mensais, ao passo que a mulher branca tem salário mensal médio de R$ 797. Na comparação entre a população negra, o homem tem salário médio de R$ 649 por mês, enquanto a mulher recebe em média R$ 436 a cada 30 dias.
Entre 1996 e 2007, registra o levantamento, a proporção de brancos pobres passou de 29,6% para 19,7%. No caso dos negros e pardos, o redução foi de 15 pontos percentuais. A pesquisa Retrato das Desigualdades mostra que entre os 10% mais pobres da população, 67,9% são negros (dados de 2007). Essa proporção cai para 21,9% no grupo dos 10% mais ricos.
No universo dos 1% mais ricos da população, somente 15,3% são de indivíduos negros. A permanência da desigualdade segue sendo destaque, diz a pesquisa.
Quando levada em conta a distribuição de domicílios urbanos por favelas, o levantamento mostra que 40,1% deles são chefiados por homens negros e 26,9% por mulheres negras ou pardas. Já 21,3% dessas residências são comandadas por homens brancos e outros 11,7% têm como chefe mulheres brancas.
A quantidade de anos de estudo também é fator que mostra a desigualdade de sexo e raça entre os brasileiros, aponta a pesquisa divulgada nesta terça-feira. Dados de 2007 registram que as mulheres brancas são as que permanecem por mais tempo à frente dos estudos, com 9,3 anos, seguidas pelos homens brancos, com 8,4 anos. Entre os negros e pardos, as mulheres têm em média 7,4 anos na escola, enquanto os homens negros têm apenas 6,3 anos de formação escolar.
A pesquisa ressalta ainda que em 2007, 3,6 milhões das famílias brasileiras eram chefiadas por mulheres, diante de somente 301 mil famílias em 1993. Das famílias que recebem programas de assistência governamental, como o Bolsa Família, 69% são chefiados por negros e outros 31% têm brancos como chefe.
Fonte: Terra
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