14/10/2008

Fazendários, em greve, denunciam manobras eleitoreiras do governo WD

Desde o dia 18 os técnicos fazendários vêm tentando negociar uma proposta de recuperação salarial por ter hoje um dos menores vencimentos do país em sua categoria. Mas o governo do Estado se mostra intransigente, ameaçador e maquiavélico.

No início, alegou que a proposta feita estava muito resumida. Pediu justificativas, embasamentos técnicos e que fosse indicado um representante da categoria para intermediação. Tudo foi feito, mas as negociações não avançaram.

No dia 02/09, vendo as eleições se aproximarem, o secretário Antonio Neto prometeu através de um comunicado interno que, até o final do mês, criaria uma gratificação variável com limite de R$800,00 e pagaria um débito antigo que vinha se acumulando desde 2005. Não cumpriu.

No dia 01/10, terminado o prazo descumprido, os técnicos decidiram em assembléia por uma paralisação de advertência de 24 horas. Só assim o governo resolveu pagar apenas o débito antigo que mencionamos. Passadas as eleições, no dia 06/10 o secretário Antonio Neto chamou a comissão de negociação para informar que não mais criaria a gratificação prometida. Justificou que precisava de tempo para avaliar o impacto financeiro.

Foi aí que se iniciou na SEFAZ/PI a maior greve fazendária de todos os tempos. Para garantir a legalidade do movimento, os servidores mantiveram 30% dos serviços funcionando. Mas a demanda é tão grande que o trabalho se acumula.

Em vez de solucionar o problema, o secretário Antonio Neto vem cometendo uma série de irregularidades. No dia 09/10 editou uma portaria ilegal autorizando representantes de empresas transportadoras a executar serviços que são de competência dos técnicos, visando liberar mercadorias sem precisar passar pelos postos ficais no período da greve. Depois determinou a polícia militar a orientar caminhoneiros na passagem pelos postos fiscais sem precisar fiscalizar e recolher impostos, visando transmitir uma imagem de normalidade para a sociedade. No interior a polícia fechou dois postos fiscais. Na capital houve confronto. Quase nada foi divulgado pela imprensa. Por que será?

Em resposta, no dia 09/10 os fazendários fizeram manifestação dentro do palácio do Karnak. Mas uma vez, mesmo convidada, grande parte da imprensa permaneceu ausente. Será coincidência? Existem meios de comunicação que dizem não estar sabendo desta greve. Isto nos faz lembrar o auge da ditadura militar...

Diante dos fatos, no dia 10/10, Antonio Neto chamou a comissão novamente para conversar. Mas foi só conversa mesmo porque afirmou que o Governador Wellington Dias não negocia com grevistas e que para se abrir negociações é necessário encerrar o movimento. Se não havia negociações antes da greve, será que vai ter agora?

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