23/09/2008

Congresso Extraordinário mostra força do Andes-SN

Participação significativa da categoria no evento demonstra a disposição de defender o Sindicato Nacional contra ataques do governo

Por Kelvin Melo de Carvalho (ADUFRJ-S.Sind.)

Com o Andes-SN sob fortes ataques do governo em sua estrutura sindical, ganha especial importância o fato de o III Congresso Extraordinário, realizado em Brasília entre os dias 19 e 21 de setembro, ter reunido, até sua plenária de abertura (quando o credenciamento ainda não estava completo), o significativo número de 263 delegados e 14 observadores de 55 seções sindicais de todo o país.

Durante a solenidade inicial do evento, diversas entidades reverenciaram o Andes-SN e criticaram os métodos utilizados pelo governo e seus seguidores para tentar dividir o Sindicato Nacional.

Um dos coordenadores-gerais da Fasubra, João Paulo Ribeiro, afirmou que os técnico-administrativos possuem decisão congressual de reconhecimento do Andes-SN como único representante dos docentes federais de ensino superior: “Que os que apostam no divisionismo e fragmentação da categoria sejam derrotados!”, exclamou, já acrescentando um pedido de unidade de forças entre as duas entidades contra o projeto de fundações estatais de direito privado na área da Saúde.

Sinasefe já repudiou fundação do Proifes - Carlos Martins, pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe), levou solidariedade ao Andes-SN: “O Sinasefe vem a este Congresso trazer total apoio à luta que os companheiros vêm travando neste momento”, disse.

Segundo Carlos, em uma das instâncias deliberativas do Sinasefe realizada no fim de semana anterior ao Congresso Extraordinário (89ª Plena), a categoria já repudiou a fundação do Proifes e reafirmou que apenas o Sinasefe e o Andes-SN devem ser chamados pelo governo para negociar em nome dos professores da área federal.

Intersindical e Conlutas reforçam coro de apoio ao Andes-SN -
José Maria de Almeida, da Conlutas, apontou a crise do capitalismo mundial e os seus efeitos nas políticas de aprofundamento da exploração dos trabalhadores.

Para ele, os ataques ao Andes-SN se inserem nesse contexto de limitar ou eliminar a resistência das diversas categorias: “É um ataque a uma entidade que tem papel muito importante na luta de classes no país, não só na Educação, não só nas universidades”, ressaltou.

Pela Intersindical, Airam Almeida observou que os métodos truculentos da CUT estão se multiplicando em diversas categorias: “Estamos presenciando um outro método de organização que a Central vem buscando trazer para dentro do movimento dos trabalhadores. E esse método tem que ser rechaçado por nós. É fundamental garantir a independência sindical frente aos governos”, disse.

Joelson Dias, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, esclareceu que onde houver ameaça ou violação de direitos, sua entidade se mostrará presente: “A OAB, por intermédio do seu Conselho Federal, tem a mais absoluta convicção de que de uma adversidade como essa que eventualmente vive o Andes-SN não somente a entidade, mas toda a categoria sairá fortalecida”, afirmou.

Estudantes mobilizados também ao lado do Sindicato Nacional
Pela Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute), Eduardo Zanata considerou a fundação do Proifes como um duro ataque não só ao Andes-SN, como a todo o movimento em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade. “A Conlute sempre esteve ao lado do Andes-SN e sempre foi muito apoiada pelo Andes-SN. Estamos colocando todas as nossas forças à disposição da defesa do Andes-SN como a entidade que representa os docentes das universidades de todo o país”, completou.

Como representante do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos “Mancha” observou que os ataques do governo e da CUT ao Andes-SN têm ocorrido em outras regiões do Brasil: “Eles não querem liberdade e autonomia sindical. Querem atrelar os sindicatos ao governo”, disse.

O presidente da seção sindical dos docentes da UnB, Flávio Botelho Filho, aproveitou seu discurso na abertura para noticiar a luta em defesa da autonomia universitária naquela instituição. Segundo ele, comunidade vem construindo um amplamente discutido processo eleitoral para escolha do próximo reitor da UnB.

O 1° vice-presidente da Regional Planalto do Andes-SN, Joel Pinho, acredita que o ataque sofrido pelo Andes-SN vai provocar seu fortalecimento: “Quanto mais nos atacam, mais nos organizamos. Nós hoje temos uma autonomia chancelada e não devemos nos vergar a ela, pois amanhã ou depois, a História vai nos condenar amargamente”, disse.

Presidente ressalta importância do Congresso Extraordinário
O presidente do Andes-SN, Ciro Correia, viu com muita satisfação as falas de solidariedade de entidades co-irmãs em defesa do Sindicato Nacional e seus princípios: “Justamente por este histórico e este compromisso com a democracia é que hoje, ao lado de entidades que se mantêm críticas e independentes, estamos diante de um grave ataque à nossa organização”, disse.

De acordo com Ciro, o Congresso Extraordinário, então em sua etapa inicial, guardava grande responsabilidade: “Tentam calar a nossa voz. Não nos calaremos! E nesse momento não tenho dúvida nenhuma da imensa responsabilidade que todas as entidades dos docentes aqui presentes têm de, coletivamente, construir os movimentos necessários para fazer a justa contraposição a esta tentativa de tirar a voz daqueles que legitimamente querem construir uma sociedade melhor e um sistema universitário que dê conta das grandes demandas que esta nação tem na perspectiva do seu desenvolvimento”, ressaltou.

O professor não deixou de mencionar que, ao longo do Congresso, seriam tornadas públicas as dezenas de manifestações de entidades em solidariedade ao Andes-SN, além de centenas de apoios individuais.

Fonte: ADUFRJ

Nenhum comentário: