29/09/2008

Bancários param por 24 horas e podem grevar a qualquer momento
Categoria decidiu parar em advertência caso bancos não apresentem proposta melhor.

Reunidos na noite desta segunda-feira (29) na sede do Sindicato dos Bancários do Piauí, representantes da categoria decidiram que vão cruzar os braços nesta terça-feira por 24 horas, em advertência aos banqueiros e resposta à proposta de 7,5% de reajuste dos salários dos trabalhadores. Além disso, os sindicalistas alerta que todos podem parar por tempo indeterminado antes mesmo das eleições municipais, marcadas para 5 de outubro.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, José Ulisses de Oliveira, os trabalhadores estarão desde cedo na porta das agências explicando para a população a situação da categoria, e protestando contra o não avanço nas negociações. "Vamos parar amanhã (terça) por 24 horas, mantendo o estado de greve por tempo indeterminado a qualquer momento, se não apresentarem uma proposta viável", disse o sindicalista.

Em todo o país, sindicatos realizaram assembléias nesta segunda, e a expectativa é de que alguns já aprovem até a paralisação em definitivo. Uma reunião reservada com o Banco do Brasil nesta segunda não trouxe avanços e frustrou as expectativas de que o movimento poderia ser suspenso.

Os bancários querem 13,23% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real) e PLR de três salários mais R$ 3.500 (sem limitador). Para os tíquetes, R$ 17,50 por dia e uma cesta-alimentação de R$ 415 (valor do salário mínimo), além da 13ª cesta alimentação, fim do assédio moral e segurança nas agências.

Não vamos esperar a crise

Os banqueiros estão falando que há uma dificuldade em fazer uma concessão para a campanha salarial, por conta da crise financeira americana. O governo Lula faz bravatas dizendo que a crise é problema do Bush e que o Brasil vai muito bem. A Contraf/CUT segue o discurso do PT e repete a ladainha de que os bancos brasileiros não têm nada haver com a crise americana.

Com isso, a CUT defende a proposta de jogar a greve para mais pra frente, depois das eleições. Isso não é a vontade da categoria, pois os bancários têm muita pressa em resolver a campanha salarial.
O mais perigoso nessa proposta da CUT, contudo, é a crise se agravar nos EUA e, ao contrário do que eles estão dizendo, a situação ficar muito mais difícil para a economia brasileira. Isso tornaria mais difícil um bom acordo para a categoria.

Esse risco que a CUT está querendo correr, o MNOB/Conlutas não concorda em passar. O que o MNOB/Conlutas defende é greve já, para fechar o acordo o mais rápido possível.

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