19/05/2008

Dava para arrancar maiores conquistas dos empresários; era só pressionar mais!

Uma greve deve ser bastante organizada. Com a participação da base da categoria, sendo ela informada de todas as mesas de negociação. Deve ser cercada de todo o apoio, principalmente da Central em que o sindicato está ligada. E, fundamentalmente, deve ser encarada com a maior firmeza pela sua direção. Assim, a greve consegue arrancar aquilo que vem reivindicando.

A greve dos rodoviários necessitou de tudo isso e muito mais. Não houve muito interesse da direção em desenvolver a democracia de base (controle da base sobre as decisões do sindicato); ausência do apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a qual o sindicato é ligado, que em nenhum momento levou sua solidariedade (aliás, na greve dos professores estaduais isso também pode ser comprovado) e firmeza da direção, nem se fala. A direção do sindicato dos rodoviários se comporta como a "dona" da situação, em todos os momentos.

Contudo, os rodoviários ainda garantiram um reajuste que vão deixar o salário do motorista em R$ 860,75, o do cobrador em R$ 559,48, e o do fiscal para R$ 602,50. Além de reajuste de 6,75% no salário linear dos trabalhadores, que pleiteavam 8% contra os 5,5% oferecidos pelas empresas de ônibus, os motoristas conseguiram aumento na participação dos patrões no pagamento do plano de saúde, correspondendo agora a R$ 35 dos R$ 54 a serem pagos. O sindicato queria o pagamento integral do plano, mas aceitou a proposta dos patrões. Os tíquetes de alimentação vão subir para R$ 305,76 para os motoristas, R$ 214,03 para fiscal, cobrador e despachante, e R$ 183,45 para os demais trabalhadores.

Era hora de ir atrás dos prejuízos e de uma cesta básica mais recheada. Mas fica para a próxima, então!

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