15/05/2008

Com o salário mais baixo do país e com um governo que não se propõe a rejustar salário real, professores deflagram greve no Piauí

Chega de salário de fome! Basta! É chegada a hora de lutarmos contra essa política de arrocho e de miséria dos governos PT e seus aliados. Não é possível viver dignamente recebendo um salário que não compra nem o necessário para uma boa alimentação. A formação e o lazer são coisas que não se pode nem pensar em fazer com o salário que ganhamos.

Com essa consciência, os professores deflagraram uma greve por tempo indeterminado a partir desse dia 15 de maio. "Vamos à greve contra os 5,6% de reajuste salarial; a falta de estrutura nas escolas; a falta segurança para trabalhar; contra o aumento nas contribuições do IAPEP (saúde e previdência); do PLAMTA; contra a superlotação das turmas e o fechamentos de escolas", coloca o professor Hallysson, militante da oposição Educação com Lutas e da coordenação estadual da Conlutas.

Os educadores ligados à Conlutas lembraram que a cesta básica vem aumentando assustadoramente. O feijão vem subindo 207%, a carne 22% e o óleo de soja 21%, além do arroza e da batata, chegando a cesta básica a ficar em praticamente 307%. Enquanto isso, o governo vem com uma proposta de reajuste de 5,5%. O que não dá nem para cobrir o que se paga pelos alimentos.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação que foi divulgada durante o ato público dos professores do Estado no Palácio de Karnak, destaca que o Piauí é o terceiro Estado brasileiro que paga a menor hora aula aos professores.

De acordo com a pesquisa, a hora-aula no Piauí equivale a R$ 4,62, perdendo apenas para Pernambuco que é de R$ 3,03 e para o Ceará que é de R$ 4,46.

O diretor de comunicação do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí), João Correia afirma que o Acre é o Estado que melhor paga. “São R$ 13,16 por hora aula e não é só isso. As regências (gratificações), são de 130%, enquanto no Piauí não chega a 40%”, explicou João Correia.

No Acre, o menor salário do professor é de R$ 2.300 e no Piauí, R$ 420,00. A paralisação está contando ainda com o apoio de alunos e pais alunos que reivindicam melhorias estruturais nas escolas.

A oposição Educação com Lutas também lembra que a direção do SINTE-CUT é ligada aos governos Wellington e Lula. Assim, então, nunca irão levar uma luta conseqüente contra esses governos. Apesar de demonstrar uma “vontade” inconseqüente para lançar a categoria numa greve, essa direção não pretende levar a luta até a vitória. A verdade é que a greve que eles defendem é diferente da greve combativa e democrática que categoria quer. Por isso, nenhuma confiança nessa direção governista. A greve tem que ser da base e pela base!

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